Passar horas sentado ou em pé, sem ajustes ergonômicos adequados, aumenta o risco de dores, fadiga e quedas de produtividade. Um acessório simples e de alto impacto para resolver parte desse problema é o apoio para os pés. Ele ajuda a manter a postura correta, melhora a circulação, reduz a compressão na parte posterior das coxas e favorece o contato da lombar com o encosto da cadeira.
“Objetivo deste artigo: explicar, de forma prática e aprofundada, por que o apoio para os pés é essencial, como ajustá‑lo corretamente, quando usá‑lo (inclusive em atividades de pé) e como escolher um modelo conforme a NR17.“
O que é o apoio para os pés e por que ele importa
O apoio para os pés é um acessório ergonômico projetado para que os pés toquem plenamente uma superfície estável quando o assento/mesa estão em alturas que impedem o apoio confortável no piso. Com isso, favorece:
- Ângulo adequado de joelhos próximo a 90°, sem compressão na região poplítea (atrás do joelho).
- Alinhamento postural da pelve e da coluna, facilitando o encaixe da lombar no encosto.
- Micro‑movimentos dos tornozelos, que estimulam o retorno venoso e reduzem a sensação de pernas pesadas.
Benefícios do apoio para os pés
- Postura correta e estável: diminui compensações na pelve e coluna, reduzindo sobrecarga na lombar.
- Menos dores e desconfortos: alívio em lombar, quadris, joelhos e região posterior das coxas.
- Melhora da circulação: reduz compressões que prejudicam o retorno venoso, ajudando a evitar sensação de peso nas pernas.
- Mais contato lombar com o encosto: a base estável dos pés permite apoiar melhor as costas.
- Prevenção de fadiga: menor esforço muscular estático, favorecendo foco e produtividade ao longo do dia.
“Importante: o apoio para os pés não substitui ajustes corretos de cadeira e mesa. Ele é um complemento dentro do conjunto de boas práticas ergonômicas.”
Quem mais se beneficia
- Pessoas de baixa estatura que não alcançam o piso ao ajustar a cadeira para a altura da mesa.
- Postos com bancadas mais altas ou mesas sem regulagem.
- Profissionais em estações compartilhadas (coworkings, hot desking).
- Setores corporativo, educacional (alunos/funcionários em diferentes biotipos) e hospitalar (estações de enfermagem, recepções).
Como escolher um apoio para os pés (checklist prático)
- Ajuste de altura e inclinação: preferir modelos reguláveis para acomodar diferentes biotipos e postos.
- Superfície antiderrapante: segurança para manter os pés no lugar, inclusive com calçados variados.
- Base estável e robusta: não deve escorregar no piso; pés emborrachados ajudam.
- Dimensões adequadas: largura e profundidade suficientes para ambos os pés com folga confortável.
- Facilidade de limpeza: especialmente em ambientes escolares e hospitalares.
- Durabilidade e materiais: estruturas metálicas ou plásticas de boa qualidade, com acabamento sem arestas.
- Recursos extras (opcional): texturas massageadoras leves, plataformas basculantes para incentivar micro‑movimentos.
“Dica: em ambientes com alto fluxo de pessoas, modelos mais intuitivos e resistentes reduzem erros de uso e manutenção.”
Ajuste e uso corretos (passo a passo)
- Altura da cadeira: ajuste primeiro a cadeira para que os antebraços fiquem alinhados à mesa, evitando elevar os ombros.
- Posição do apoio: traga o apoio para perto da base da cadeira, mantendo joelhos próximos a 90° e quadris levemente acima dos joelhos.
- Inclinação: regule a plataforma para permitir micro‑movimentos de tornozelo sem esforço.
- Pés inteiros apoiados: evite apoiar apenas a ponta; distribua o peso no pé todo.
- Teste de conforto: verifique se a lombar encosta naturalmente no encosto e se não há compressão atrás dos joelhos.
- Faça variações: alterne levemente a posição dos pés ao longo do dia para promover circulação.
Quem trabalha em pé também pode (e deve) usar
Para atividades em pé, um apoio tipo “descanso de pé” (pequeno degrau) permite alternar o apoio de um pé por vez:
- Reduz tensão em coluna e quadris ao mudar o vetor de carga.
- Estimula a circulação e combate a fadiga em jornadas prolongadas.
- Use junto de tapetes antifadiga e ajustes de altura de bancada quando possível.
Conformidade com a NR17 (Ergonomia)
A NR17 orienta que os postos de trabalho devem ser adaptados às características psicofisiológicas dos trabalhadores. Em termos práticos:
- O apoio para os pés deve ser fornecido quando necessário, por exemplo, quando a regulagem do assento e da mesa não permite apoio completo dos pés no piso.
- Recomenda‑se que o apoio ofereça ajustes e superfície estável/antiderrapante, favorecendo uma postura neutra e confortável.
Observação: empresas devem observar o texto oficial da NR17 e, quando pertinente, realizar avaliações ergonômicas do trabalho. A conformidade reduz riscos de autuações e, principalmente, promove saúde ocupacional.
Erros comuns e como evitar
- Usar apoio como “muleta” para mobiliário inadequado: primeiro ajuste cadeira e mesa; o apoio complementa.
- Plataforma muito alta: pode comprimir a região atrás do joelho; busque ângulo confortável.
- Apoiar só as pontas dos pés: reduz estabilidade e pode gerar tensão.
- Ignorar variações: permanecer estático por muito tempo aumenta fadiga; movimente os tornozelos e alterne posições.
Conclusão
O apoio para os pés é um recurso simples, efetivo e alinhado à NR17 que melhora postura, circulação e conforto, reduz dores e favorece a produtividade. Em ambientes corporativos, escolares e hospitalares, a escolha correta e o ajuste adequado fazem diferença no bem‑estar diário.
Se você deseja orientar sua equipe, padronizar postos ou incluir apoios para os pés em um projeto de ergonomia, nossa equipe pode ajudar com especificação e implantação conforme as necessidades do seu ambiente.
Confira as dúvidas mais frequentes sobre Apoio para os pés.
Não. Ele complementa a regulagem de cadeira e mesa para atingir a postura ideal.
Em geral, sim. Quando não é possível apoiar os pés no piso com a cadeira na altura correta para digitação, o apoio é recomendado.
Depende do posto e do usuário. Modelos reguláveis costumam ser mais versáteis para ambientes com diferentes biotipos.
Em muitas situações, uma avaliação ergonômica orienta a adequação do posto e formaliza necessidades.


